Francisco Válio Vaz – Presidente de 79 a 82 e de 85 a 88

Dr. Francisco Válio Vaz, ex-presidente do Sindicato Rural de Lages, tradicional pecuarista da região da Coxilha Rica vai nos falar sobre sua experiência no agrobusiness.

P: Dr. Francisco comece a nos falar sobre os seus primeiros passos em Lages. Porque o senhor veio a Lages e como começou na fazenda?

R: Sou paulista. Me formei em Direito, em Curitiba. Minha origem, em São Paulo, também é pecuarista e vim a Lages porque aqui me casei. Minha esposa é lageana, porém logo que me casei, morei em São Paulo, Curitiba e logo voltei a Lages assumi a fazenda na Coxilha Rica e desenvolvi a pecuária tradicional da nossa região.

Fui presidente do Sindicato Rural por duas vezes, durante seis anos (três anos cada). A pecuária que eu desenvolvia na Coxilha Rica é a mesma. Hoje, entrando a agricultura também, mas naquele tempo era só a pecuária. Nunca fiz política partidária, somente fiz política de classe e participei de diversos movimentos, inclusive representei o Estado na Federação da Agricultura em Brasília, em diversos Congressos. Participei de alguns movimentos aqui no Frigoplan.

Quando o Frigoplan foi absorvido pelo grupo Perdigão, (conheço bem esse mecanismo todo de desenvolvimento do Frigoplan...).

Criei a primeira Cooperlages, fui vice-presidente da Cooperlages junto com o General José Pinto Sombra. Hoje, transformou-se na Cooperativa do Planalto e fizemos muito boas exposições, de envolvimento grande. Na época eram tidas como uma das cinco melhores do país. Em rápidas pinceladas, foi a minha vida aqui. Continuo e advogo em Lages desde que vim pra cá. Sou jubilado, mas ainda exerço a profissão.

P: Chico Vaz, nós sabemos que a transferência da sede do Sindicato, em grande escala do centro aqui da Rua Coronel Córdova lá para o atual Parque de Exposições foi durante sua gestão. Gostaria que explicasse o motivo dessa transferência, se esse fato foi positivo e os benefícios que veio a trazer para a classe.

R: Quando eu assumi o Sindicato, o Parque de Exposições funcionava somente na época da exposição. Depois, ele ficava abandonado. Então aqueles pavilhões e o trânsito dentro do Parque eram administrados pelo Estado, através dos veterinários, da CIDASC.

Quando nós assumimos, entendemos que ficava muito caro, dispendioso, cada vez que ia ser feita uma exposição (uma vez por ano) reformar tudo aquilo. Então nós reformamos o prédio e levamos a loja para o Parque de Exposição. Levando a loja para o Parque de Exposição, nós passamos a usar o ano todo. A fiscalizar e cuidar do Parque durante todo ano. E depois nós levamos os bancos: Banco do Brasil, Bamerindus, Unibanco. Eles se instalaram lá no Parque. Isso começou a dar vida ao Parque. Então lá permaneceu a loja juntamente com a do Centro. A parte mais pesada, como sal, arame (entre outros), ficava no estoque do Parque e foi por aí que o Parque de Exposição se tornou o que ele é hoje: um Parque que representa a nossa classe!